pianomusici: É TEMPO DE AMOR - modinha de Guerra Peixe

PIANOMUSICI - Nesta página tratamos de música, folclore, história da música, aspectos da cultura seja ela erudita, popular-folclórica, popular de massa ou tribal. Divulgamos livros, concertos, filmes etc Divide-se em três colunas: na central,os temas principais; à esquerda, uma concessão à afetividade (meio cafona... assim mesmo),a galeria da família; à direita, a agenda de divulgação de eventos. Convido os amigos a participarem, enviando textos, para serem postados.souzaniomar@uol.com.br

domingo, 31 de março de 2013

É TEMPO DE AMOR - modinha de Guerra Peixe

Esta partitura é para Sandro Bodillon, um dia um jovem e promissor estudante do curso de Canto Lírico e então meu aluno de História da Música e Folclore, na Faculdade de Música Carlos Gomes. Hoje um profissional respeitado e competente, na época cantou essa peça e eu o acompanhei ao piano. A seu pedido eu a posto aqui.É uma peça difícil de ser encontrada no mercado. Ao mesmo tempo constitui uma lembrança gostosa de um bom e amigável relacionamento acadêmico.

Um comentário:

Anônimo6 de outubro de 2016 às 10:58
Querida Niomar, obrigado pela cara lembrança! Trago comigo as doces recordações de nosso convívio à época da Faculdade Carlos Gomes! Seus ensinamentos,respeito e amor pelo nosso folclore e nossa arte me acompanham por todos esses anos! Por tudo isso e por sua doçura e carinho, meu muito obrigado. Sandro.
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Eu sou Niomar, musicista por vocação, paixão e encantamento.

Por isso graduei-me em piano, pós-graduei-me em musicologia e pesquisa musical e fiz especialização em teoria e pesquisa de folclore.

A estas áreas da arte e da cultura dediquei minha vida profissional e um espaço grande da vida afetiva.

O outro espaço, de afeto incomensurável, pertence à família : um filho, uma filha, genro e três netas com as quais interajo meio em termos de cumplicidade. Elas dizem que sou a única avó conhecida que acha lindo uma neta fazer tatuagem ou colocar piercing no nariz. Neste espaço, falta meu marido, um paulista, que perdí em 2003.

Goiana, sinto saudade da minha terra onde moram quatro irmãs, cunhados, um monte de sobrinhos, tios, primos, amigos de infância.

Um dia, há mais de trinta e cinco anos, adotei S. Paulo e novos amigos.

Aquí completei meus estudos, atuei e dirigí o Museu de Folclore Rossini Tavares de Lima e exercí o magistério lecionando História da Música Ocidental e Folclore, primeiro no Conservatório Vila Mariana e depois na Faculdade de Música Carlos Gomes, por vinte e cinco anos.

Tive oportunidade de fazer pesquisas e publiquei livros e artigos em publicações especializadas.

Abraço

Abraço
Esperansa Pereira

Essa pressa do tempo de hoje em dia, faz ventania no meu coração
Me desmorono e tenho que me recompor todos os dias
numa eterna construção.
Desatei todos os laços do apego
feito uma doida sinfonia
ritmada em um momento sinuoso demais
para minha realidade de antes
mas simplesmente perfeita no presente.
O passo que dou hoje sobe qualquer escada
é água despencando ladeira abaixo
é luz inundando minha espinha dorsal.
A minha consciência, retrato da minha paz só
quer continuar sua expansão
branca pelo mundo
Minha criança corre como nunca e só
faz o que quer
luta só pela alegria do agora.
Amo a todos como a mim mesma
com meu coração inteiro e vivo.
Receba agora meu abraço astral onde estiver.
Que seja forte, puro, sincero.

Do tempo

Esperansa Pereira

Do tempo voce anda aproveitando os segundos do pReSentE ou tropeçando nas horas passadas?

De Deus você leva a unidade divina da paz ou o sermão terceirizado moralista?

Das pessoas voce enxerga qual lado,UM?

Sera que você e capaz de enumera-los e enquadra-los em tantos estereótipos?

De todas as suas mUdANças,dos seus amigos,dos seus tombos,do seu luto,o que você traz em forma de diamante?

Com as suas palavras o que você faz?

O que você cRia,do que você se orgulha?

Do seu legado,o que e eterno,o que é sincero???

Armênia, uma pintora dos detalhes

Armênia, também chamada de Menita, é uma pintora goiana que se revelou tardiamente como artista plástica. Sua história é surpreendente porque se formou em engenharia na Universidade Federal de Goiás e fez mestrado na PUC do Rio de Janeiro. Trabalhou na área de cálculo e lecionou até se aposentar, na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Goiás. Só então, viúva, filhos e netos morando longe, entrou numa escola de pintura, descobriu seu gosto e talento, desenvolveu um trabalho sério e rapidamente firmou-se como artista plástica.
Em 2003, fez uma exposição individual com muito sucesso em Goiânia.
Gosta e se dedica a pintar rostos, retratos e corpos. Sempre, seres humanos. Seu estilo é realista e leva os detalhes ao extremo da perfeição.
Escolhi dois quadros para mostrar aqui que ilustram essa estética: Índia e Ouro e Prata. Gosto muito deles porque têm como tema duas das etnias formadoras da cultura brasileira: o indígena e o africano.

LIBERDADE

Liberdade

Esperansa Pereira

Um sonho impossível,

um pensamento repreendido

e uma conquista inesquecível.

Um mundo não permitido.

A vontade enorme de voar

livre como uma ave;

despertar todo tipo de inveja

e gozar do passado prepotente.

Abrir o peito

e sentir a baliza suave

que se aproxima

e que rima com alegria.

É ela que clama

a sede de harmonia

liberando os pensamentos

e deixando que eles vivam

ao menos por um momento

aumentando a pressa angustiada defectível

Porém é preciso cuidado

com os espíritos sufocados

de tal conquista não conquistada,

com sonho remoído

sem direito de manifestação.

Derramando lágrimas de motivos

de tal passado tão vazio.

E como dói sentir

os olhos das pessoas

queimando tão belos sonhos

Rindo por dentro

fazendo-me sentir inépto.

Fervendo minha inércia

com sede de atitude.

Então perguntastes

como tais meros seres

tão inexoráveis pois que direito

tiveram de reduzir a cinzas

minha brava idéia

de rasgar os céus,

voando com as mais

longas asas da imaginação.

Desafiando os Deuses ?

E se algo ou alguém,

me sufocasse...

Há de ser a liberdade,

reduzida a uma fera,

uma fera inexpressiva,

porém, satisfeita.

Vinicius de Morais - dois sonetos inesquecíveis

1. Epitáfio

Aqui jaz o Sol
Que criou a aurora
E deu luz ao dia
E apascentou a tarde

O mágico pastor
De mãos luminosas
Que fecundou as rosas
E as despetalou

Aqui jaz o Sol
O andrógino meigo
E violento que

Possuiu a forma
De todas as mulheres
E morreu no mar.

2. Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu Que não seja imortal posto que é chama
riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu consentimento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Mas que seja infinito enquanto dure.

Nossos poetas folclóricos e seus versos de pé quebrado

Poetas encantadores não são apenas os eruditos como Vinícius de Morais. Existem aqueles, populares e simples, cheios de inspiração e nenhuma instrução, que derramam sua sensibilidade de maneira espontânea, sensibilidade esta que tem a mesma dimensão da de Vinícius, e que da mesma maneira, toca nossos corações. Na sua linguagem absolutamente informal, nos versos de pé quebrado, são os poetas folclóricos que no mais das vezes cantam seus poemas ao som da viola. Como neste caso:

Ela
Pedro Ferreira da Slva
1
Deitadu na minha cama
Variava i não durmia
Vi o clarão da lua
Achei que era o clarão do dia
2
Me achava acordado
Com o escuro da noite eu rompia
Lembrava dos seus carinho
Nada mais me servia
3
Vei o vento e imbalançô
Jogô meu sintidu pru á
Eu vô fazê um votu
Pra vê se a sorte dá
4
Mariquinha é um dilúvio
Da maresinha do mar
Eu vô fazê um votu
Qui é pra vóis me isperar
5
Uma boca tão cherosa
Mais porém do alvi-rosa
Lembrava de seus carinhu
Tua fala maciosa
6
Seu corpimho era tão alvo
Mais bunito que havia
Eu faço a cumparação
Do que mais me parecia:
Parecia a estrela d´alva
Junto com a barra do dia.

(Recolhido por José A. Teixeira)

A Física da Alma

A FÍSICA DA ALMA. A explicação científica para a reencarnação, a
imortalidade e a experiência de quase-morte.
Um livro
de Amit Goswami:
Amit Goswami é indiano,
Ph.D. em física quântica pela Universiadade de Calcutá, Índia, conferencista,
pesquisador e professor emérito do Departamento de Física da Universidade de
Oregon, EUA Autor de numerosos livros e artigos científicos em revistas de
física, economia e psicologia e obras que estabelecem a relação entre física
quântica e espiritualidade. Tornou-se
mundialmente conhecido ao expor suas idéias no filme Quem somos nós?
No prefácio do livro, o
autor escreve: “O difícil problema da reencarnação foi resolvido. Alguém
interessado?” E nessa linguagem simples
e descomplicada ele desenvolve complicadíssimas teorias sobre a existência da
alma que transmigra de um corpo para outro, sobre o fato da reencarnação ser
científica, sobre explicações convincentes para a experiência de quase-morte e
das comunicações mediúnicas. As respostas a tais questões são baseadas na física
quântica que Goswami reitera serem científica e filosoficamente sarisfatórias.
No fundamento da ciência
convencional cujo paradigma é materialista, a matéria é a base que constitui
todas as coisas. A vida, a mente e a consciência seriam fenômenos secundários
da matéria e desapareceriam com a sua morte. A nova ciência da reencarnação é
proveniente de novo paradigma: da ciência dentro da consciência. A premissa
metafísica de que a consciência, e não a matéria, é a base de toda existência.
O novo paradigma é a ciência dentro da
consciência.

Folclore, a cultura que nos define

Folclore são modos de pensar, sentir e agir que determinam o comportamento dos grupos onde se perpetuam.
São fatos vivos e em perpétua transformação, ligados ao passado, adaptando-se continuamente ao presente e cumprindo sempre o seu destino de atender a necessidades mágicas, religiosas, artísticas, econômicas, médico-sociais, lúdicas, etc., dos seus portadores.
Seu caráter é persistir, modifica-se sem cessar, faz empréstimos e trocas, ajusta-se, transmuda-se para sobreviver e traz consigo resíduos imemoriais das forças primitivas, terror, magia, superstição, em cujo meio se precipitam essências imanentes da sabedoria humana.

( Renato Almeida, Inteligência do Folclore)

Um povo que não valoriza as raízes de sua identidade cultural - o folclore- não tem capacidade para desenvolver consciência de cidadania.

(Niomar Souza)

COLABORAÇÃO DE SONIA ALBANO

Colaborando com o nosso blog, Sonia Albano sugere sites de interesse na área da música e da pesquisa musical como

www.unicamp.br/ciddic

CENTRO DE INTEGRAÇÃO, DOCUMENTAÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL DA UNICAMP - importante para quem quer acessar congressos, encontros, concertos, publicações, cursos, acervos documentais e outros. Dedica-se a atividades focadas na música contemporânea principalmente compositores brasileiros dos séculos 20 e 21.

A idéia é intensificar a execução e as pesquisas nesta área.

O interessado pode se cadastrar e receber o informativo mensalmente.

O primeiro livro acima, Retrospectiva Acadêmica, organizado por Sonia Albano de Lima, foi editado em 2005. É um conjunto de textos, sempre atuais, de professores de música que tratam de linguagem musical, música agostiniana, relação entre pesquisadores e acervos manuscritos, música colonial em Itamaratí, MG, música e mercado, música popular, música e magia, repertório pianístico brasileiro, técnicas de uso da voz, signo cancional, OSESP, repertório violonístico de Celso Mojola.

Uma Leitura Transdisciplinar... o outro livro, fala da música sob a visão transdisciplinar de seus autores. Os temas são música e cosmologia, música nas antigas culturas da China e da India, música na Idade Média, a música da Recomenda de Almas e expressões musicais de cantadores e contadores. Organização de Sonia Albano de Lima.

Ensino, Música & Interdisciplinaridade reúne a visão do tema a partir dos professores da FMCG dentro de suas especialidades: Sonia Albano, organizadora, Vera Jardim, Enny Parejo, Niomar Souza, Isabel Bello, Sonia Ray, Marisa Castanho, Hugo Moreira.

LIVROS LEGAIS 1

- O RESTO É RUIDO-Escutando o Século XX - de Alex Rossi

Uma história da música do século XX : todos os compositores desde Mahler e Strauss, Debussy, Schoenberg, Strawinsky, passando pela música de Berlim, Rússia de Stalin, EUA década de 40, Alemanha de Hitler; a guerra-fria, Messiaen, Ligheti e os contemporâneos, jazz e rock; os minimalistas, a música do final do século.

Só tem um problema: o autor ignora a América Latina. Villa-Lobos, por exemplo, nunca existiu.

-Outros livros legais são:

MOZART POR TRÁS DA MÁSCARA

e

BEETHOVEN - escrito por Wagner

Destes, os comentários estão postados nos textos que têm o mesmo título.

-CAIM - de Saramago.

Como tudo deste autor, é formidável. Conta a estória do personagem bíblico Caim, aquele que matou o irmão Abel.

É fantasioso pois Caim presencia todas as histórias do Antigo Testamento, desde Adão e Eva. Seu procedimento é uma crítica ao mito da criação. No episódio da tentação de Eva que come a maçã proibida, ele reclama: ... se a árvore era proibida, porque não plantá-la fora da cerca do Paraíso? Ou mais fácil ainda, porque não rodeá-la com arame farpado? Evitaria muita confusão.

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FESTA DO DIVINO

6ª Cavalgada do Divino Espírito Santo-Joanópolis

Recebi da professora Neide Rodrigues Gomes um DVD que registra a “6ª Cavalgada do Divino Espírito Santo” de Joanópolis, SP., em 2010.
Este é um evento proveniente do catolicismo folclórico, romaria e “pouso”, que já foi a festa mais importante do município até 1935. Depois desapareceu sem que se saiba a razão e vem sendo recuperado a partir de 2005 pelos devotos do Divino com a colaboração dos Cavaleiros, da Orquestra de Viola Matutos da Mantiqueira e do Coral da Melhor Idade Recanto Feliz.

Durante oito semanas, o grupo visita, a pedidos, casas e estabelecimentos de moradores que preparam um altar diante do qual são feitas orações e cantorias.
Aos domingos há o “pouso”, quando é servido um almoço cujo cardápio é o tradicional “afogado do Divino” (basicamente, carne de boi refogada, arroz , farinha). Em 2010 foram servidas mais de 5.000 refeições.

Cavaleiros, violeiros e o povo em geral, carregando as bandeiras vermelhas desenhadas com uma pomba – símbolos do Divino – percorrem as ruas cantando e assim entram na igreja para missas e cerimônias. Forma-se um cortejo com crianças, no qual uma delas representa o Imperador do Divino, representado pela coroa.

O DVD traz um encarte explicativo e tem roteiro muito bem feito a começar pelo histórico da devoção ao Divino em Portugal, ilustrado com imagens locais e mapas e uma panorâmica de Joanópolis.

A professora Neide Gomes, regente do coral, foi buscar as músicas do Divino em pesquisas publicadas e registros feitos por ela mesma. Inclusive, há duas peças de um artigo meu publicado na Coletânea de Música Sacra Brasileira (organização de Antonio Alexandre Bispo). A propósito, desejo registrar aqui que a Folia do Divino de Marapanim foi por mim transcrita e analisada harmonicamente mas a coleta de campo foi feita por Julieta de Andrade.

Este trabalho de incentivar o reerguimento da Festa do Divino de Joanópolis, conseguindo inclusive o patrocínio oficial – Ministério da Cultura, PROAC, etc. – sei que foi iniciativa da professora Neide Gomes a quem dou os mais sinceros parabéns.

Acabo de ler o livro: Villa-Lobos; o florescimento da música brasileira, de Manuel Negwer. Na capa, uma reprodução de Di Cavalcanti, Roda de Samba, de 1929. Idioma original alemão.
O autor nasceu em 1952 em Berlim e viveu na Argentina e em Angola; estudou e doutourou-se em música em Berlim. Violonista, exerceu atividade de solista, de músico de câmara e de compositor. Trabalha no Instituto Goethe do Japão, Brasil e Bolívia e no Departamento de Música de Munique. Escreve para rádios e revistas sobre música e literatura latino-americanas.
O conteúdo do livro é um relato histórico da vida, carreira e obras de Villa-Lobos com muitas referências à música e músicos populares, tendo como pano de fundo aspectos da história política e cultural do Brasil. É uma obra de pesquisa contendo extensa bibliografia.
Na minha opinião, é apenas mais uma obra sobre Villa-Lobos, sem apresentar nada de novo, mais profundo ou original. Acresce que a linguagem do texto é prejudicada por uma sintaxe não muito boa –parece um estrangeiro falando português – o que não foi resolvido pelo tradutor.

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domingo, 31 de março de 2013

É TEMPO DE AMOR - modinha de Guerra Peixe

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